A Weinkeller é uma importadora paulistana com portfólio unicamente
de vinhos alemães, especialmente de produtores orgânicos e biodinâmicos. Muito
bacana ver isto no nosso mercado brasileiro, que, mesmo cheio de distorções (e
deturpações), ainda deixa fatias interessantes para quem queira trabalhar produtos
diferenciados (este no caso é um nicho dentro de um nicho!). E se normalmente
os vinhos da Alemanha chegam aqui com valores exorbitantes, esse não é o caso
da Weinkeller, que oferece uma variedade de bons rótulos com preços que cabem
no bolso.
Recentemente a importadora promoveu um pequeno show-case aqui
no Rio de Janeiro para um petit-comité de convidados, do qual tive o prazer de
participar. O evento contou com a presença da Sócia Diretora da empresa, Vivien
Kelber, que, com simpatia e competência, auxiliou tirando qualquer dúvida dos participantes.
Foram apresentados os seguintes 6 rótulos:
- Schoss Wachenheim
Grün Cabinet: espumante método clássico, corte de castas bem típicas (Riesling,
Silvaner e Müller-Thurgau); frutado e perfumado, de boa perlage. Fresco e cremoso.
- Schloss Wachenheim
Sekt Blanc et Noir: também elaborado com método champenoise, é um espumante
rose muito agradável. 100% Pinot Noir. Menos intenso no nariz, mas mais
volumoso na boca, entrega a mesma finesse de borbulhas, e maturidade de fruta.
- Kloster Riesling
Spätlese Trocken 2012: de cultivo biodinâmico, é um riesling muito mineral,
com aquela típica nota de petróleo, mas bem delicada. No palato o destaque vai
para a alta acidez que traz bom frescor com um toque salino, levando para um final untuoso.
- Heinz Pfaffmann
Portuguieser Weissherbst Rosé 2013: apesar do nome se trata de uma casta tinta
típica da região do Danúbio, com boa presença em Áustria, Alemanha, Hungria, Eslovênia
e Croácia. Reza a lenda que as primeiras mudas foram trazidas de Portugal para Áustria
(daí o nome), mas hoje não existe nenhuma uva com este DNA na ‘’terrinha’’.
Rosé muito interessante, floral e frutado, de bom corpo e complexidade, com uma
leve nota adocicada no final.
- Michel Spätburgunder
Munziker Kapellenger 2013: a uva Spätburgunder é nada mais que Pinot Noir,
apenas chamada com nome diferente. O vinho é bem elegante, justamente como
costumam serem os pinots de Velho Mundo, com boa fruta, ótima acidez gastronômica,
taninos macios e grande equilíbrio geral.
- Gries
Gewürztraminer Kabinett 2013: produzido em apenas 1.500 garrafas, tem açúcar
residual que chama atenção, mas que não incomoda. De fato é um demi-sec produzido
de uvas colhidas tardiamente. Aromaticidade bem intensa típica da casta, com
muita flor e fruta madura no nariz, na boca é bem agradável e equilibrado.
Os únicos não orgânicos são os 2 espumantes. De qualquer
forma são todos vinhos bem interessantes, para quem quiser sair da mesmice. E também sem gastar fortunas: como disse, os preços não são assustadores
(a única cosa que pode assustar são os nomes, de difícil pronuncia para nós de
idioma latim), sendo que nenhum deles custa mais de 100 Reais (a partir de R$59).
Conheci a Vivian e seu esposo Tobias através de uma amiga, Sandra Maria Scagliarini, admiradora da Weinkeller. Comprei uns quatro diferentes vinhos deles e são mesmo ótimos. Saber que provém de pequenas vinícolas focadas em produção orgânica e biodinâmica me atraiu. Gostei muito do Gries Gewürztraminer, feito com colheita tardia, porque é diferente de todos que já havia tomado. Os preços acessíveis são tão honestos quanto o povo alemão, permitindo que possamos adquirir esses bons produtos. Recomendo a Weinkeller.
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